segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Refluxo gastroesofágico

O que é?

     O refluxo gastroesofágico é o retorno dos alimentos e líquidos do estômago para o esôfago, causado pelo relaxamento de uma válvula que fica entre esses dois órgãos. A forma mais frequente de refluxo ocorre em bebês antes dos 6 meses de idade e se manifesta por meio de regurgitações ("golfadas") acompanhadas ou não de vômitos. Quando ocorre em crianças que ganham peso adequadamente, sem sinais de desnutrição, é chamado de refluxo fisiológico. Ele tende a desaparecer à medida que as crianças passam a receber alimentos mais espessos, o que acontece a partir dos 6 meses de idade. Quando o refluxo acontece em número, duração e quantidades maiores que o permitido causando prejuízos à criança, ele é chamado de doença do refluxo gastroesofágico.



Como se manifesta?

     A doença do refluxo gastroesofágico pode se manifestar nos bebês por meio de chiado no peito, prolongado ou repetido. Pode ser acompanhado ou não por vômitos, o que pode causar inflamação do esôfago (esofagite) com manifestações como irritação, falta de apetite e baixa ganho de peso. Mas que fique claro que irritação em bebê não é causado apenas por esofagite.
     Nas crianças maiores e adolescentes os sintomas podem ser vômitos, azia, enjôo, queimação no peito ou dor na "boca do estômago". Neles, o refluxo pode estar associado à asma, tosse crônica, laringite, amigdalite, faringite, otite, rouquidão e pigarros. É importante ressaltar que esses sintomas são os mesmos que ocorrem em outras doenças como nas infecções e nas alergias.


Como tratar?

     Em relação aos bebês que regurgitam ou vomitam sem outros sintomas, os pais devem ficar tranquilos de que não é necessário nenhum tratamento com medicamentos, mas somente cuidados com a alimentação e postura adequada para deitá-los. Por outro lado, quando os sintomas sugerem inflamação do esôfago, ou quando a criança apresenta problemas respiratórios que possa sugerir doença do refluxo gastroesofágico, o tratamento deve ser feito com modificações na dieta e na postura para deitá-los, além de medicamentos. Vale mencionar que nenhum tratamento irá curar o refluxo e sim evitar suas complicações. 
     
     Medidas dietéticas: para os bebês em aleitamento materno é importante seguir as orientações de amamentação garantindo uma pega adequada. Para os que recebem fórmula infantil (NAN, Aptamil, Nestogeno, Enfamil, entre outros), as mamadas podem ser fracionadas, levando um volume menor de leite ao estômago do seu filho por mamada, mas diminuindo o intervalo entre elas. Deve-se evitar deitar o bebê nos primeiros 30 minutos pós mamada. Existem também as mamadeiras com válvulas anti-cólica que reduzem a quantidade de ar engolido durante as mamadas. O leite engrossado pode ser indicado em casos especiais. Nas crianças maiores, deve-se evitar refeições noturnas volumosas com alimentos gordurosos, cítricos e líquidos gasosos.

     Medidas posturais: recomenda-se deitar seu bebê em berço sem protetores, cobertores, ursinhos e afins. É recomendado o decúbito elevado e dorsal, isto é, de barriguinha para cima. Essas medidas são importantes para reduzir o risco de broncoaspiração e fazem parte das recomendações para prevenção da Síndrome da Morte Súbita do Lactente.

     Tratamento medicamentoso: os remédios devem sempre ser indicados pelo pediatra. Existem remédios que aceleram o esvaziamento do estômago e outros que reduzem a acidez gástrica, mas não ofereça ao seu filho nenhuma medicação sem a recomendação do seu pediatra de confiança!!