segunda-feira, 10 de março de 2014

Vacina contra HPV

          Começa hoje a campanha de vacinação contra o HPV. Ela abrange meninas de 11 a 13 anos e será oferecida em postos de saúde e em escolas (públicas e privadas). Existem 2 vacinas disponíveis para a imunização. A utilizada na campanha é quadrivalente, responsável pela proteção contra 4 subtipos (6, 11, 16 e 18).

          A infecção pelo HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum atualmente. Estima-se que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que dessas 32% foram infectadas pelos tipos 16 e 18, responsáveis pelo câncer de colo de útero.
          A transmissão ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas através de relação sexual ou de mãe para filho no momento do parto.
          Atualmente existem mais de 100 tipos de HPV, sendo alguns deles responsáveis pelo condiloma acuminado (também conhecidos como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista) e câncer (principalmente no colo de útero e no ânus).

          O esquema de vacinação proposto pelo Ministério da Saúde corresponde a 3 doses, sendo a segunda dose 6 meses após a primeira e a terceira 5 anos após a primeira. A meta dessa campanha é atingir 80% do público alvo (5,2 milhões de meninas). Em 2015 deverão ser imunizadas as meninas entre 9 e 11 anos e a partir de 2016, as de 9 anos.






ALGUMAS POLÊMICAS


          Há pais resistentes a vacinar suas filhas contra o HPV por considerarem esse um “estímulo” para o início de uma vida sexual precoce. Vale, porém, lembrar que algumas vacinas aplicadas nos bebês também causam doenças graves como a Hepatite B (dada ao nascimento) e podem ser transmitidas por via sexual. Mais do que evitar uma medida de saúde, essa é uma boa oportunidade de ter uma conversa franca com os filhos sobre sexualidade e a importância de se prevenir.


          Outra polêmica reside no esquema vacinal oferecido pelo SUS. Nas clínicas privadas, recomenda-se a vacinação contra o HPV antes do início da vida sexual (mas isso não quer dizer que as mulheres sexualmente ativas não devam tomar a vacina) sendo o intervalo entre a primeira e a segunda dose de 1 a 2 meses, e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose. Isso significa que após 6 meses da primeira dose, uma adolescente completaria sua imunização. Em compensação, no SUS esse período passaria para 5 anos podendo levar ao esquecimento da segunda e da terceira doses, reduzindo assim a sua eficácia. Acontece que a vacina contra o HPV nas clínicas particulares possuem um custo elevado. Dessa forma, não há como negar que a introdução da vacina contra o HPV no calendário vacinal é uma boa estratégia de saúde pública. Mas vale a pena conversar com o seu pediatra sobre a vacinação e qual esquema adotar.