sábado, 13 de julho de 2013

Cólicas


     Está aí uma palavra pequena mais que tira sono e lágrimas tanto dos filhos quanto dos pais. A cólica do lactente é uma entidade que acomete os nenéns a partir da segunda semana de vida se estendendo até o 3º mês e com pico entre 4 a 6 semanas de vida. Ela se caracteriza por choro súbito e inconsolável, sem causa aparente, que não responde às medidas habituais de conforto. As crises de choro vão e vem e normalmente são de forte intensidade, agudo e estridente. O bebê fica vermelho, agitado e com as pernas dobradas sobre o abdome. Com frequência ocorre a eliminação de gases levando a um alívio temporário. As crises podem se prolongar por horas com breves pausas o que gera nos pais sentimentos de frustração e impotência. Tenho certeza que muitos pais se identificaram com o cenário acima descrito.
     Mas por que os pequenos sofrem tanto? As causas da cólica do lactente são bastante especuladas porém pouco conclusivas. Alguns alegam que está relacionada a imaturidade intestinal, que é fisiológica. Outros questionam se os bebês possuem a motilina, hormônio intestinal, aumentado. Há também os que correlacionam as cólicas com o excesso de ar deglutido durante mamadas e choros. Entretanto, todos concordam que a cólica do lactente é uma condição transitória, isto é, tem prazo para terminar, não trazendo riscos de vida ou atrapalhando o crescimento da criança!!!
     Sabe-se que o choro é a principal ferramenta de comunicação do bebê nos primeiros meses de vida. Assim sendo, leva-se algum tempo pra uma mãe decifrar se aquele choro é de dor, fome, sono, manha... Quer queira quer não, seu filho é uma pessoinha de personalidade própria que você aprenderá a entender. Portanto, antes de associar qualquer choro a dor ou fome, veja se ele não quer apenas ouvir a sua voz ou quem sabe um colinho para escutar o seu coração batendo, um som da vida intra-uterina tão familiar.
     Você deve ter notado que quanto mais agitado é o dia do seu filho, mais cólica ele sente, se é uma criança propensa a isso. Portanto, quanto mais tranquilo é o ambiente dos pequenos, menos agitados eles ficarão.

E quando não passa??

     Existem algumas orientações para a cólica do lactente. Recomenda-se realizar massagem na barriga e movimentos com as perninas... elas ajudam a eliminar os gases. Há relatos que a ingestão de alimentos estimulantes maternos como cafeína e chocolate podem piorar o quadro. Compressas mornas ou bolsa de água quente devidamente enrolada em toalhas para evitar queimaduras também oferecem conforto ao bebê.
     Quanto às medicações, nenhuma tem de fato efeito comprovado para acabar com a cólica. Se o quadro persistir, procure seu pediatra para orientações. Existem analgésicos simples e remédios para gases como classes de medicação aceitas pelos pediatras.
     Chás estão proibidos, uma vez que não apenas não ajudam nas cólicas como atrapalham a amamentação. Lembre-se, a cólica do lactente não traz riscos para o bebê e tem data para acabar, portanto não tome medidas que possam prejudicá-lo!!
     A calma dos pais é crucial nesse momento. Quanto maior for o desespero dos pais, mais agitados os pequenos ficarão, piorando a cólica. Veja, é um círculo vicioso.

Funchicórea

     A Funchicórea é um fitoterápico na forma de pó que mistura extrato de chicórea, essência de funcho, ruibarbo em pó e tem nos excipientes a sacarina e o carbonato de magnésio. Há anos é utilizados por pais no combate da cólica do lactente porém sem efeito comprovado. Ela pode ser oferecida em mamadeira, a partir de sua diluição em água, ou passando o pó na chupeta. A verdade é que os bebês acalmam ao sugar a chupeta com a funchicórea, mas porque eles estão com algo doce na boca (sacarina é um adoçante artifical) o que remete a sensação de prazer. Mas ela está longe de tratar a cólica ou até mesmo melhorar a dor. Trata-se de uma distração para o seu filho com uma substância doce. Devo lembrá-los que os bebês no primeiro ano de vida não devem ingerir açúcares e muito menos adoçantes.
     A funchicórea teve suas vendas suspensas em fevereiro de 2012 pela ANVISA. Em 25 de fevereiro de 2013, a ANVISA determinou a suspensão e o recolhimento do Chicória Plus, Funchicol e Funchobaby pois os produtos não estavam sendo fabricados de acordo com as legislações da Agência. Nesse mês, entretanto, a produção da Funchicórea foi novamente autorizada pela ANVISA.

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