sábado, 24 de agosto de 2013

Língua presa

     Outro questionamento frequente no consultório é a respeito da "língua presa". A anquiloglossia, chamada popularmente de língua presa, é uma condição onde o freio lingual (prega que temos embaixo da língua) é encurtada ou tem inserção anteriorizada. Ela acomete de 1,7 a 4,4% dos recém-nascidos sendo 4 vezes mais frequente nos meninos.



     A anquiloglossia é evidenciada quando a criança não consegue colocar a ponta da língua para fora da boca ou quando é possível, a língua fica fendida com formato de coração. Tanto o diagnóstico quanto o tratamento é controverso entre pediatras, otorrinolaringologistas, odontopediatras, fonoaudiólogos e cirurgiões pediátricos. Isso porque apesar de relativamente comum entre os recém-nascidos, a anquiloglossia é pouco frequente nos adultos, estimando-se a ocorrência de 2 a 3 casos a cada 10.000 indivíduos. Acredita-se que isso aconteça nos casos leves, onde o crescimento da língua diminua a extensão da anquiloglossia.
     A anquiloglossia pode levar à dificuldade de sucção, mastigação e deglutição por diminuir os movimentos linguais dada restrição do freio curto. Pode provocar também alterações da fala, causando dificuldade na articulação de alguns sons, principalmente o "R" e o "L". Seria como tentar falar palavras com essa letras (lápis, livro, caro...) sem mexer a língua. Difícil, né?
     O tratamento é cirúrgico e consiste na remoção do freio ou na frenectomia ("pique" no freio), liberando assim a movimentação da língua.
     É importante lembrar que a "língua presa" não é a única patologia que leva a alterações na fala. Surgiu a dúvida? Converse com o seu pediatra.


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